Muitas são as dificuldades encontradas pelas
pessoas com deficiência, talvez até pela falta de conhecimento ou preconceito
ainda tão presentes (infelizmente) em nossos dias. Os outros motivos que podem
ser citados estão relacionados às barreiras ambientais – de acessibilidade arquitetônica,
de comunicação, metodológicas, instrumentais e programáticas, algumas das dimensões
que a UNESCO ressalta como importantes para a acessibilidade das pessoas com
necessidades especiais.
E este é um assunto oportuno e urgente que
precisa ser abordado não só no âmbito da educação como também da sociedade como
um todo. Faz-se necessário: divulgar, pensar, discutir.
A acessibilidade física, fora e também no espaço da escola é uma necessidade primeira e básica para que as
pessoas possam desenvolver a vida cotidiana, assim como a sua atividade escolar
com maior liberdade, mobilidade, autonomia. A ausência de um simples corrimão
no prédio, um detalhe que parece
pequeno, faz toda a diferença para quem precisa dele. Mas além da necessidade
de adequação dos prédios, há a das vias de acesso, do transporte, entre tantas
outras.
Mas olhando especificamente, a legislação
brasileira propõe (também) políticas voltadas para a inclusão de pessoas com
deficiência na universidade. Portanto, é necessário que esta elabore, execute e
gerencie ações de acessibilidade, oferecendo suporte em todos os níveis para
que esta se efetive. Mas, é preciso enfatizar que, qualquer ação relacionada á
inclusão e acessibilidade é resultado de um conjunto
de esforços, onde cada um tem a sua contribuição e responsabilidade.
Outra barreira visível com a qual se depara é o
despreparo dos professores em todos os níveis do ensino para acolher o aluno com necessidades especiais, podendo com
isso influenciar negativamente, não só retardando o aprendizado, mas até mesmo
afastando o aluno da escola. Nos dias de hoje já não há justificativa para tal
realidade, embora esta ainda se faça presente, pois o acesso à informação (e
formação!) em todos os níveis está disponível a todos os interessados.
A universidade de sua parte, deve se propor a capacitar o futuro
professor, apresentando em sua grade curricular disciplinas que contemplem o
ensino e a pesquisa para o uso de ferramentas adequadas, ou seja, métodos,
técnicas, recursos educativos, às necessidades próprias destes alunos.
A tecnologia privilegia o ensino, especialmente o a distancia,
disponibilizando um sem número de ferramentas que viabilizam a adaptação de
materiais, tornando-os acessíveis as dificuldades dos alunos. Há que se
ressaltar ainda a importância da cooperação e apoio dos professores
especializados em educação especial neste sentido para as praticas dos demais,
apontando e desenvolvendo possíveis soluções pedagógicas.
Pensando no contexto da Educação a Distância (EaD), professores e
tutores podem garantir a aprendizagem de estudantes com deficiência não só
buscando o conhecimento específico, como também através da pesquisa, promovendo
a discussão, adequando materiais e viabilizando as matérias na
linguagem acessível a eles.
Enfim, concluo observando
que é preciso iniciar as ações inclusivas desde a mais tenra idade escolar,
tanto de acesso quanto de conhecimento, acolhimento das diferenças e promoção
dos indivíduos. Através delas os educadores poderão contribuir, realizando “a
sua parte”, para mudar a realidade em que vivemos. Esse pensamento é comprovado
pelo que ouvi num depoimento de Luiz Flávio Bravo, um economista portador de
deficiência visual, sobre a sua trajetória escolar: é comprovado que, através da
educação é que as pessoas obtêm melhores condições de vida.