segunda-feira, 16 de julho de 2012

Educação Musical ,presencial ou à distância: para além de uma aula técnica de música.

Pesquisadores da psicologia da música e da educação musical constatam, e neurocientistas confirmam através de estudos, que a Música exerce profundas influências no ser humano, desde alterações fisiológicas, reações motoras e modificações cognitivas. 
E tudo isso pode ser nitidamente percebido desde a mais tenra infância, frente aos estímulos musicais que os bebês recebem. 
Quando maiores, as aulas de musicalização oferecem as primeiras atividades de interação. Para Vigotski, é a partir da relação significativa com o outro que ocorre o desenvolvimento dos processos psicológicos. As interações são fatores fundamentais para o desenvolvimento completo da criança, tanto na dimensão afetiva, social, cognitivo como na dimensão musical. 
Além de concluir que a música é importante na vida das pessoas, podemos afirmar que é um fato social. Ou seja, está para além daquilo que uma aula técnica de música possa propiciar. 
No caso dos adolescentes, por exemplo, a relação que eles mantêm com a música representa uma manifestação de uma identidade cultural caracterizada por dupla pertença: classe de idade e do meio social (Green, AM). As pessoas não são iguais e constroem-se nas diferentes vivências e experiências de tempo e espaço. 
Ciente de tudo isso, a educação musical pode propiciar, para além de seus conteúdos específicos, a formação dos indivíduos implantando projetos de ensino, trabalhando com diversidade de faixa etária, considerando as diferenças culturais e particularidades dos diferentes sujeitos. 
Rossely Ferreira (2010) afirma que viver em sociedade significa estar em constante conflito entre valores individuais e sociais. A busca do equilíbrio está em submeter aquilo que é nosso – desejos e direitos, aos do grupo. 
Koellreutter (1990), em seu texto “Educação Musical no Terceiro Mundo: Função, Problemas e Possibilidades”, cita um exemplo concreto do uso da música para desenvolver o contato humano: a improvisação em grupos. É preciso valer-se das oportunidades pedagógicas a fim de promover um trabalho de conscientização e desenvolvimento de potencialidades humanas, dirigido para a educação e melhoria de qualidade de vida do indivíduo. 
Desse modo, a educação musical propicia a partir das vivências em grupos em que se tratam diferentes valores, a possibilidade da pessoa estar frente a frente à necessidade de fazer opções. E escolher é uma questão de ética. 
Tão importante, é a contribuição que a educação musical pode dar propiciando aos indivíduos: através da experiência da coletividade, novas e intensas oportunidades de crescimento, preparando-os para construir princípios, sonhos e expectativas para suas vidas, que fazem parte do amadurecimento humano. Ao mesmo tempo, cada um é importante e insubstituível para o grupo. Isso desenvolve um senso de responsabilidade, autonomia, poder de decisão e cuidado. 
Seja na educação presencial ou à distância, a educação musical pode e deve atuar na educação em todos os níveis, como meio de preservação e de comunicação entre as pessoas, contribuindo para a formação integral dos indivíduos, e, por consequência, de uma nova sociedade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
SOUZA, Cássia Virginia Coelho de. Conhecimento pedagógico-musical, tecnologias e novas abordagens em educação musical. Revista ABEM, 2006. Em: http://www.abemeducacaomusical.org.br/Masters/revista14/revista14_artigo10.pdf

KOELLREUTTER, H.J. Educação Musical no Terceiro Mundo: Função, Problemas e Possibilidades. Em: http://ead.sead.ufscar.br/file.php/1898/Material_Didatico/Texto_1_-_Koellreutter_-_CEEM_-_Ed_Mus_no_terceiro_Mundo.pdf SOUZA, Jusamara Souza. Educação musical e práticas sociais. 
Em: http://www.abemeducacaomusical.org.br/Masters/revista10/revista10_artigo1.pdf 

FERREIRA. Rossely Spejo. A formação de protagonistas sociais através da música. Em: http://www.andrefurlan.net/imagens/banco/bAnais_III_EEM.pdf