quinta-feira, 1 de julho de 2010

Milton Nascimento e o Clube da Esquina: repertório que não pode faltar na musicalização.

Só hoje, após vinte dias, tive a oportunidade de, com uma santa inveja de quem lá esteve, buscar informações sobre a apresentação de Milton Nascimento, Flávio Venturini e Lô Borges – o Clube da Esquina, na abertura da Feira do Livro de Ribeirão Preto (SP), realizada em junho último.

Enquanto buscava na internet, veio-me a lembrança quando ouvi pela primeira vez as músicas de Milton.

Minhas irmãs mais velhas recebiam, de seus respectivos namorados, muitas serenatas, fato comum na época, aos finais de semana. Eu, “bem mais nova”, me comprimia juntinho à janela para não perder nenhum lance daquele momento mágico.

Um dos namorados convidava os colegas, violão em punho e contando com a linda voz de um professor de inglês da cidade, conhecido por seu talento musical, entoavam canções românticas mais ligadas à bossa nova.

O outro, um estudante de arquitetura, com suas calças Lee, de bocas alargadas por emendas em tecidos estampados de gosto duvidoso, e cabelos longos, levava o seu moderníssimo gravador mono e embalava as “nossas” noites, ao som do Yes, Milton Nascimento, Clube da Esquina entre outros. Foi ali que os conheci e aprendi a valorizar essa turma de mineiros altamente competentes naquilo que fazem. Assim, até hoje, suas composições ainda embalam a minha vida.

Mas, lembranças a parte, voltemos ao show que teve lugar na Esplanada do Theatro Pedro II, no centro de Ribeirão Preto(SP), na noite do dia 10 de junho de 2010. Segundo a imprensa, o grande público que ali esteve, teve o prazer de curtir um grande show, que iniciou com Flávio Venturini cantando Nascente. Flávio só passou a participar do Clube no seu segundo disco, depois que Milton o ouviu cantando esta música. Além dela, entre outras, apresentou canções conhecidas como Espanhola e Céu de Santo Amaro.

O segundo a se apresentar foi Milton Nascimento, com Bola de Meia, Bola de Gude, Caçador de Mim, Caxangá, Encontros e Despedidas , Coração de Estudante, Canção da América ,Bares da Vida , e Lília, canção instrumental dedicada à sua mãe.

Depois foi a vez de Lô Borges entrar no palco cantando Paisagem na Janela, Um Girassol da Cor do Seu Cabelo, Para Lennon e Mc Cartney ,além de outras,e dentre as quais não poderia faltar, O Trem Azul.

O encontro tão esperado do Clube da Esquina, que há mais de 30 anos não grava um disco, foi reservado para o final, onde os três cantaram juntos Maria, Maria, música originalmente criada para um balé e que representa a força do povo brasileiro.

Como eu queria ter estado lá...

Ainda imaginando como teria sido o show, acabei me lembrando de um material que tenho,muito bem organizado pelo CLAM, escola de música do conhecido Zimbo Trio e, na época, sob a coordenação de Maria Lúcia Suzigan. Este material foi editado quando o CLAM estava realizando uma prestação de serviços a uma escola particular de São Paulo, onde as crianças do ensino fundamental, tinham a flauta doce como primeiro instrumento utilizado na musicalização. Nos finais de ano, acontecia um grande encontro, onde todos os alunos formavam uma orquestra de flautas acompanhados (que previlégio!) nada menos que pelo Zimbo Trio. No repertório, muita bossa nova, Milton Nascimento e companhia limitada. Ainda hoje podemos ver flashes dessas performances no youtube (Confira em http://www.youtube.com/watch?v=20nIh2r6xfE – Milton Nascimento: Zimbo Trio e crianças do CLAM). 

Voltando então mais uma vez aos mineiros do Clube da Esquina, tenho a grata certeza de que suas composições propiciam a oportunidade de trabalhar um repertório de altíssimo bom gosto para a flauta doce e que,com certeza,vai fazer sucesso entre os alunos.


Imagem em: http://eptv.globo.com/emc/GaleriaFotos.aspx?&p=2